Convidados 2025
Autores e autoras de diferentes povos indígenas participam do festival

Trudruá Dorrico Makuxi
(convidada e curadora)
Trudruá Dorrico Makuxi é escritora, artista, pesquisadora de literatura indígena e curadora do CAJU.
Entre seus livros destacam-se “Originárias: uma antologia feminina de literatura indígena” (Companhia das Letrinhas, 2023) e “Tempo de Retomada” (Autêntica, 2025).
O tema do Boi Caprichoso para o Festival de Parintins de 2025 tem inspiração em seu último livro “Tempo de Retomada", que aborda a retomada territorial e a reconexão com a ancestralidade indígena, buscando fortalecer o orgulho e a identidade do povo indígena.
Licenciada em Letras/Português, mestre em Estudos Literários, doutora em Teoria da Literatura e pós-doutora pela UFRR.
Venceu o concurso Tamoios/FNLIJ/UKA de novos escritores indígenas em 2019.

Edson Kayapó
(convidado e curador)
Pertencente ao povo Mebengokré, nascido no estado do Amapá, Edson é historiador (UFMG) e doutor em Educação (PUC-SP).
Curador do CAJU, pesquisador das questões amazônicas e indígenas, escritor premiado pela cátedra de Leitura da Unesco e vencedor do Prêmio Tamoios pela Fundação Nacional do Livro Infanto-juvenil.
Professor em cursos de graduação e pós-graduação, com foco na Licenciatura Intercultural Indígena, e pesquisador na McGill University (Canadá).
Também é curador de arte no MASP e membro do Núcleo Indígena e Quilombola da OAB/SP.

Yamaluí Kuikuro Mehinaku
Pesquisador e autor de “Dono das palavras: a história do meu avô”, biografia de Nahũ Kuikuro, um dos primeiros indígenas do Alto Xingu a aprender português.
Mediador das relações entre indígenas e não indígenas durante muitos anos, Nahũ teve papel decisivo na criação do Parque Nacional do Xingu.
Escrito em Kuikuro e em português, o livro traz o registro de como o contato com os brancos foi percebido por aqueles que tiveram a vida radicalmente transformada por essa experiência.
“Esperei muito o branco contar a história dele, mas ninguém contou”, diz Yamaluí, que nasceu, cresceu e vive na Terra Indígena do Xingu.
Sua colaboração em pesquisas linguísticas e antropológicas foi fundamental para aprimorar seu domínio do português, tanto escrito quanto falado, e desenvolver uma profunda compreensão sobre os desafios da tradução cultural.
Yamaluí é contador de histórias e um reconhecido cantor ritual que se orgulha muito de seu trabalho na roça.

Vãngri Kaigáng
Escritora, artista plástica, Griô mestre de tradição cultural pelo Ponto de Cultura Kaingáng Jãre, o primeiro Ponto de Cultura Indígena do Brasil.
Professora de Licenciatura Intercultural Indígena e educadora bilíngue pelo Instituto Kaingáng, na aldeia Serrinha, no estado do Rio Grande do Sul.
Escreveu “Jóty, o tamanduá” (@editorabiruta ), livro de mitologia do povo Kaingáng; “Antologia Indígena”, coletânea do Núcleo de Escritores Indígenas do INBRAPI (Instituto Brasileiro para Propriedade Intelectual); e um livro de poesias lançado na 1a Feira do Livro de Mato Grosso.
Atuou no núcleo indígena da novela Araguaia (Rede Globo, 2010) fazendo grafismos indígenas e tradução para línguas indígenas.
Produziu ilustrações para materiais didáticos premiados da Escola Estadual Fág Kawá, em parceria com o Ponto de Cultura Indígena Kanhgáng Jãre.
Atualmente desenvolve atividades em escolas públicas e particulares do Rio de Janeiro pelo projeto Povos da Floresta e projetos artísticos especiais para o MAM (Museu de Arte Moderna), como o balaio gigante que foi exposto em 2013.

Marcos Terena
Marcos Terena, do povo Xané (Terena) do Mato Grosso do Sul, é uma figura central e precursora na luta pelos direitos dos povos indígenas brasileiros.
Sua trajetória de ativismo atravessa momentos históricos: da ditadura militar à articulação fundamental para a aprovação de leis indígenas na Constituição de 1988.
Levou a voz dos povos originários à Organização das Nações Unidas (ONU), sempre com o objetivo de garantir direitos e promover o respeito.
Fundou o movimento União das Nações Indígenas, gerenciou o Memorial dos Povos Indígenas de Brasília e idealizou os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas.
Também é membro atuante da Comissão Brasileira Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do grupo de trabalho sobre identidade indígena do Ministério da Educação (MEC).
Reconhecido escritor e comunicador, Terena colabora com artigos em veículos nacionais e internacionais.
É autor dos livros “Índio Aviador” (Editora Moderna), “Cidadãos da Selva” (Secretaria de Educação do Rio de Janeiro) e “Jogos Mundiais dos Povos Indígenas: o importante é celebrar!” (PNUD, ME e UNESCO).
Sua produção intelectual inclui ainda o roteiro do curta-metragem “Cidadão Jatobá” e diversos de seus textos são referências em vestibulares de universidades brasileiras.
Com intensa atuação no ativismo indígena,
Marcos Terena é uma das nossas vozes mais respeitadas e influentes.

Auritha Tabajara
Auritha Tabajara cresceu ouvindo lindas histórias de tradição indígena contadas por sua avó. Tornou-se escritora e a primeira cordelista indígena do Brasil.
Também é terapeuta holística, contadora de histórias indígenas, palestrante, oficineira e já participou de várias feiras literárias nacionais e internacionais.
Seu primeiro livro, “Magistério indígena em versos e poesias 2007”, foi editado e adotado pela Secretaria de Educação Básica do Estado do Ceará.
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De lá pra cá, publicou textos e cordéis em antologias indígenas online (Maria Firmino dos Reis, IHU, revista ACROBATA, poesia.org, entre outras).
Em 2018, publicou o livro “Coração na aldeia, pés no mundo”.

Lucia Tucuju
Do povo Galibi-Marworno, do Amapá, é atriz, poetisa e contadora de histórias com formação em pedagogia.
Fundadora da Biblioteca Comunitária Pequena Alegria e coordenadora do projeto GIROLIVRO, ela é uma importante propagadora de arte e cultura indígena.
Idealizadora do projeto O livro Bate à Sua Porta, leciona Contação de Histórias Indígenas na pós-graduação em Relações Étnico Raciais na Universidade Cândido Mendes.
Seu sobrenome carrega a herança de sua ancestralidade, sua obra mescla experiências da mata e da cidade e de suas palavra e gestos ecoam uma grande sensibilidade e força feminina.
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Aline Kayapó
Escritora, ilustradora, ceramista, batedora de açaí, artista plástica, pesquisadora, diretora criativa da marca indígena Originária e co-fundadora do Wayrakuna, primeiro movimento plurinacional composto exclusivamente por mulheres indígenas.
É uma das autoras de “Nós: Uma antologia de literatura indígena” (Companhia das Letrinhas) e uma das organizadoras de “Wayrakuna: polinizando a vida e semeando o Bem Viver” (UEPG/PROEX).
Também é vice-presidenta da União Plurinacional dos Estudantes Indígenas, membra da Comissão de Direitos Humanos/Núcleo Indígena e Quilombola da OAB/SP e integra a Comissão de Justiça Restaurativa da OAB/SP.
Natural de Belém do Pará, Aline Ngrenhtabare Lopes Kayapó pertence aos povos Mebêngôkre-Kayapó (Pará), Aymara (Perú) e Tupinambá (Uruitá).

Aktxawã Pataxó
Liderança espiritual no Território Indígena Barra Velha, do povo Pataxó, no Sul da Bahia.
Sua missão é transmitir os ensinamentos tradicionais dos povos originários e levar a cura da mãe natureza através das medicinas sagradas para as pessoas.
Utiliza plantas medicinais para tratar doenças físicas e espirituais, e conduz rituais sagrados para conectar as pessoas com os espíritos da natureza e dos ancestrais.
Viajou mais de uma década pelo Brasil e América do Sul para estudar as medicinas sagradas da floresta: Ayahuasca, Rapé e Sananga.
Além de rezar na força dos espíritos encantados, Aktxawã é guardião do conhecimento ancestral e transmite a sabedoria de seus antepassados aconselhando as pessoas para encontrarem os melhores caminhos para desafios materiais e espirituais.

Thyrry Yatsô
Filho de pai Fulni-ô e mãe Pataxó Hãhãhãe, também chamado Iglésio de Jesus Silva.
Graduado em História, especialista em Docência do Ensino Superior, mestrando em Educação Contemporânea pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ele é escritor, palestrante e ativista do movimento indígena, defensor dos saberes menos valorizados e das causas e lutas sociais dos afrodescendentes, ribeirinhos e quilombolas.
Com uma vocação nata para o ensino, Thyrry Yatsô é professor desde os 18 anos, compartilhando sua vasta experiência e inspirando gerações.

Nitynawã Pataxó
Indígena da Reserva da Jaqueira (Aragwá Mirawê), pertencente ao povo Pataxó, ela liderança pioneira no etnoturismo indígena no Brasil.
Formada em Licenciatura Intercultural Indígena pelo IFBA, compartilha em seu livro autobiográfico “As guerreiras na história Pataxó” (Editora Vôo), vivências de sua infância à atualidade, destacando a história de resistência da Reserva, fundada em 1998 para preservar a cultura Pataxó e a Mata Atlântica.
Junto às irmãs Nayara e Jandaya, ela rompe barreiras como mulher indígena em cargos de liderança, tradicionalmente masculinos, inspirando jovens e mulheres a lutarem por seus direitos, sua terra e sua cultura, contra o machismo e o preconceito.

Ajuru Pataxó
Pesquisador da ATXOHÃ - Coordenação de Pesquisa da Língua e História Pataxó, criada em 2008 com o objetivo de orientar, articular e dar suporte aos professores do idioma Patxôhã das aldeias Pataxó.
Professor de História e Língua Patxohã, com formação em Licenciatura em Educação Intercultural Indígena, com foco em Códigos e Linguagens, pelo IFBA - Porto Seguro.
Atuou na pesquisa “Levantamento dos Saberes e Fazeres da Cultura Pataxó”, realizada pelo Instituto Tribos Jovens, que inventariou as principais manifestações culturais, tradições, rituais e memórias sociais do povo Pataxó das aldeias de Barra Velha, Aldeia Velha e Coroa Vermelha.

Liça Pataxoop
Mestra na escrita de “tehêys”, artista visual, educadora e liderança na aldeia Muã Mimatxi, desenvolveu uma metodologia própria para transmitir os conhecimentos de seu povo e para fortalecer a cultura Pataxoop, que vive entre o sul da Bahia, Espírito Santo e o norte de Minas Gerais.
Através dos tehêys, desenhos que narram os saberes da Terra, Liça encontrou uma forma de comunicar e preservar a história coletiva. Esses conhecimentos também são transmitidos na oralidade e vivência dos Pataxoops.
Não tem formação escolar, mas têm dois livros publicados falando sobre seu trabalho como artista, educadora e guardiã dos saberes da Terra. Seus professores foram as matas, os rios e lagoas, os mangues e o mar.
Participou dos encontros Jenipapos sobre literatura de autoria indígena brasileira e sua arte está grafada numa empena (mural gigante) no centro de Belo Horizonte (MG).

Cia Teatro Livro Aberto
Verdadeira jóia do repertório teatral brasileiro, a Cia Teatro Livro Aberto leva a irreverência, o humor, o lirismo e a poesia característica da obra da premiada escritora Sylvia Orthof para públicos de todas as idades, em todo o Brasil e até no exterior!
Literatura e teatro se encontram em perfeita harmonia no trabalho desenvolvido
pela companhia criada em 1987 por Sylvia e que, mesmo depois de sua morte, continua mantendo viva sua obra e seu teatro, sob a direção de Fernando Vianna.
O repertório tem sete espetáculos que transcendem gerações e fortalecem a cultura do teatro infantil: “Ervilina e o Princês”, “Zé Vagão da Roda Fina”, “O Cavalo Transparente”, “A Viagem de Um Barquinho”, “Ponto de Tecer Poesia”, “Lustrosa, Cantora Misteriosa” e “Se as Coisas Fossem Mães”.

Gabriela Rodella
Bacharel em Letras, licenciada em Língua Portuguesa, mestre e doutora
na área de Linguagens e Educação pela Universidade de São Paulo.
Professora na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), em Porto Seguro (BA), docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da USP.
Atua nos grupos de pesquisa “Sociedade, Educação e Universidade” (UFSB), “Linguagens na Educação” (USP) e “A leitura como jogo: ensaios sobre literatura” (UNIFESP).
Desenvolve pesquisa e atua nas áreas de ensino de literatura e de leitura literária; formação de leitores/as; formação de professores/as; e articulação entre universidade e educação básica.
É autora dos livros “O professor de português e a literatura - relações entre formação, hábitos de leitura e práticas de ensino” e “Leituras literárias de adolescentes e a escola”, ambos publicados pela Editora Alameda.

Tucunã Pataxó (criação visual)
O jovem ativista e artista indígena Tucunã Pataxó, natural da Aldeia mãe Barra Velha, tem se destacado no universo da tatuagem e da arte ancestral.
Aos 15 anos, descobriu sua paixão pela arte da tatuagem, expressando o grafismo indígena de forma autêntica.
Sua jornada o levou a conquistar troféus em campeonatos, onde se dedicou exclusivamente ao grafismo indígena, honrando a cultura, a beleza e a riqueza dos povos indígenas.
Sua criatividade também se manifesta através da pintura corporal, grafismo em artesanato de madeira, murais, quadros e tecidos.

Caamini Pataxó
Caamini Braz Borges ou Caamini Pataxó nasceu na Aldeia Mãe Barra Velha, no sul da Bahia. É neta do Cacique Velho Tururim e de Maria Da’ Ajuda Conceição do Nascimento.
Formada em Licenciatura Intercultural pela UFMG, dedicou seu Trabalho de Conclusão de Curso (2024) a registrar a trajetória de sua avó Maria Da’ Ajuda Conceição do Nascimento, que deixou um grande legado de conhecimentos e saberes de seu povo.
Além de mãe, avó, bisavó, tataravó e esposa de um grande líder, o cacique Tururim Pataxó, Maria Da’ Ajuda foi filha de pai e mãe rezadores e benzedores, sendo sua mãe uma parteira de mão cheia!
Artesã e integrante do grupo de mulheres Imamakã Xohã (“Mães Guerreiras”), Caamini preserva e compartilha a memória, a cultura e a força de seu povo.

Ibui Pataxó
Ibui Souza Nascimento ou Ibui Pataxó atua como articulador de projetos comunitários voltados aos povos indígenas pelo Movimento Indígena da Bahia, onde realiza consultorias em projetos desde 2016.
É supervisor do Programa Saberes Indígenas, iniciativa conjunta do MEC e FNDE.
Foi coordenador de cerimonial e de divulgação dos Jogos Indígenas Pataxó (2014 e 2017), membro da Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena – CNEEI (2017 a 2019) e gerente de serviços culturais pela Fundação Getúlio Vargas - FGV (2019).

Sairi Pataxó (anfitrião)
Sairi é escritor, contador de histórias, fotógrafo e ativista pelo meio ambiente. Reconhecida liderança comunitária, endereça questões sociais e culturais na Aldeia Indígena Pataxó Xandó.
Ele diz que sempre adorou as histórias antigas de seu povo contadas por seus pais e avós.
Desse gosto de infância nasceu o livro “Boitatá e Outros Casos de Índios”, obra de autoria individual, mas que preserva uma memória coletiva. Fala das bravuras dos guerreiros, dos encontros com os encantados, dos ensinamentos da medicina tradicional e do modo de vida de um povo.


